Resposta dos autores do EXCEL à reportagem da BBC

Devido a uma reportagem da BBC que motivou a retirada do apoio da EACTS das últimas diretrizes de revascularização coronariana, os autores do estudo EXCEL (assinalado por dita reportagem) fizeram a seguinte declaração.

Escándalo con los resultados del EXCEL que hicieron “caer” las últimas guías

-Escolha da definição de infarto periprocedimento: 

Todos os pesquisadores envolvidos (inclusive os cirurgiões) estiveram de acordo com o fato de a definição universal de infarto não se adequar a este estudo. Isso se deve ao fato de os critérios da definição universal serem diferentes para a angioplastia e para a cirurgia. Além disso, não se provou que ditos critérios se associem especificamente ao prognóstico. Os critérios utilizados pelo protocolo do EXCEL são uniformes e foram provados com relação ao prognóstico. 

A reportagem da BBC afirma que os critérios foram modificados, afirmação essa que é absolutamente incorreta. 

-A taxa de infartos periprocedimento foi deliberadamente omitida: 

Utilizar a definição universal de infarto foi um dos aproximadamente 35 desfechos secundários exploratórios. A definição universal se baseia nas troponinas e, infelizmente, este dado faltou na maioria dos pacientes. Tal é a razão de os infartos não terem sido relatados utilizando os critérios da definição universal. De qualquer forma, estava planejada a realização de um manuscrito relatando a taxa de infarto de acordo com múltiplas definições e isso incluiria, logicamente, a definição universal. 


Leia também: Escândalo com os resultados do EXCEL que fizeram “cair” as últimas diretrizes.


-A taxa de mortalidade por qualquer causa não foi suficientemente enfatizada:

A mortalidade por qualquer causa foi um desfecho secundário e com uma amostra sem o suficiente poder estatístico para provar coisa alguma. A modesta diferença de mortalidade entre os grupos não foi ajustada, motivo pelo qual não é possível tirar conclusões. Além disso, as causas de mortalidade adjudicadas por um comitê de eventos foram principalmente por sepse e câncer vários anos depois da randomização. Uma metanálise com 4.394 pacientes de 4 estudos randomizados sobre angioplastia com stents farmacológicos vs. cirurgia (incluindo o EXCEL) não mostrou diferenças em termos de mortalidade em 5 anos entre uma e outra estratégia de revascularização. 

Inclusive os dados do seguimento de 10 anos do SYNTAX não mostraram diferenças em termos de mortalidade. 

A diferença entre mortalidade por qualquer causa e mortalidade cardiovascular infelizmente não foi mencionada na reportagem da BBC. 

-O comitê de segurança emitiu alertas que não foram levados em consideração: 

O comitê independente de monitoramento e segurança revisou com a devida frequência os dados crus e sugeriu continuar com o estudo tal qual estava planejado, sem nenhuma modificação. 

-As diretrizes da ESC/EAPCI/EACTS não são seguras:

As diretrizes são escritas com base em uma somatória de evidências de múltiplos trabalhos feitos por especialistas independentes. As diretrizes atuais (em parte baseadas no EXCEL) sugeriram que a angioplastia pode ser considerada uma alternativa para pacientes selecionados com doença do tronco da coronária esquerda. 

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