Informação da LATAM sobre o impacto da pandemia com foco nos infartos

Manejo de los infartos durante la pandemia de Covid-19

Nestes últimos tempos têm sido publicados dados de diferentes lugares do mundo (China, Europa, EUA) sobre o impacto da pandemia na cardiologia intervencionista em geral e sobre os infartos em particular. 

A novidade deste trabalho radica no fato de estarmos diante de dados da América Latina publicados em uma revista internacional. 

Poucas vezes tivemos a oportunidade de contar com dados com este grau de rigorosidade científica em nossa região. 

O Dr. Jorge Mayol (autor principal do trabalho e Ex-diretor das Jornadas SOLACI) nos resumiu os principais pontos da investigação em uma entrevista telefônica. 

  • Este trabalho surgiu da colaboração entre Stent-Save a Life América Latina e o “Grupo de trabalho SOLACI em reperfusão no infarto” com o objetivo principal de quantificar a variação da atividade em Hemodinâmica pela pandemia da COVID-19. O trabalho também permitiu analisar a percepção acerca do manejo do infarto com supradesnivelamento do segmento ST, bem como o estado sanitário dos integrantes da equipe de saúde. 
  • Comparou-se a atividade durante 2 períodos em relação às declarações de quarentena nos diferentes países da América Latina: um período anterior a ditas declarações de quarentena (24-02 a 08-03) e outro posterior (30-03 a 12-04).
  • 84 centros dos 20 países que integram a SOLACI contribuíram com suas informações, o que se constitui em um dado muito importante, já que se conseguiu uma amostra praticamente universal do continente. 
  • O trabalho dos Cardiologistas Intervencionistas se reduziu em 64,1%, com alguma disparidade entre os diferentes países. 
  • Embora os procedimentos de coordenação, como por exemplo os das cardiopatias estruturais, tenham sido os mais afetados (86,1%), aqueles realizados de urgência (como a angioplastia primária) também foram muito afetados (51,2% de diminuição). 
  • A maioria dos médicos relatou que foram diagnosticados menos infartos pós-COVID-19 e com uma maior demora para a reperfusão. Esta homogênea resposta nos países da América Latina coincide com o observado em outras regiões do mundo. 
  • A maioria dos médicos opinaram que não houve um maior uso de trombolíticos apesar das demoras, sendo este fato diferente do ocorrido em outras partes do mundo. 
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Finalmente, e em consonância com outras publicações realizadas no solaci.org, é preocupante a diminuição das consultas por infartos. 


Leia também: Diretrizes “transitórias e de emergência” para infartos durante a pandemia.


Todo este aumento de morbimortalidade por doenças cardiovasculares não é publicado nos laudos diários dos governos, como se a única doença nesta época fosse a infecção por COVID-19.

Nenhum risco de infecção supera o risco de cursar uma síndrome coronariana aguda, um AVC ou uma dissecção aórtica no domicílio. 

Durante a entrevista, O Dr. Jorge Mayol fez ênfase nesta preocupação e manifestou a necessidade de que as autoridades sanitárias e sociedades científicas promovam estes alertas entre a população: “Os sintomas compatíveis com emergências cardiovasculares devem ser motivo de uma rápida consulta”. 


Leia também: Manejo dos infartos durante a pandemia de Covid-19.


A enorme fortaleza deste trabalho é provar que é possível trabalhar em equipe para promover, educar e organizar a reperfusão no continente. 

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Título original: An international survey in Latin America on the practice of interventional cardiology during the COVID-19 pandemic, with a particular focus on myocardial infarction.

Referência: J. Mayol et al. Netherlands Heart Journal volume 28, pages424–430(2020). https://doi.org/10.1007/s12471-020-01440-y


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