Intervir ou diferir aneurismas de aorta abdominal na pandemia

Algumas sociedades europeias têm recomendado diferir o tratamento de aneurismas de aorta abdominal infrarrenal (AAA) ≥ 5,5 cm durante a pandemia por COVID-19. No entanto, nas recomendações também são sugeridos os tempos ótimos para diferir e tudo deve se ajustar na balança risco de transmissão/risco de ruptura. 

Intervenir o diferir aneurismas de aorta abdominal en pandemia

O risco anual de ruptura pode ser estimado com base em uma coorte com seguimento prospectivo publicada por McGuinness et al. Foram quase 200 pacientes que se arrependeram do tratamento eletivo e que após 5 anos de seguimento mostraram uma taxa de ruptura de 9,5%, 10,2% e 32,5%, para aneurismas de 5,5 cm a 5,9 cm, 6 cm a 6,9 cm e ≥ 7 cm, respectivamente.

Poderíamos inferir que a mortalidade perioperatória relacionada com a COVID-19 é equivalente ao risco comunitário. 

O modelo calcula a “estratégia ótima” (reparar ou diferir) em diferentes tempos (3, 6, 9 e 12 meses) levando em consideração as características basais, o risco de ruptura, o risco cirúrgico e o risco de morte relacionado com a COVID-19. 

O risco de infecção por COVID-19 foi estratificado pela prevalência do vírus na comunidade e nos hospitais (estimada como de ao menos o dobro da comunitária). 

Os resultados sugerem que qualquer aneurisma poderia ser diferido por três meses. 


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A reparação cirúrgica pode ser diferida somente até 6 meses em pacientes jovens (< 65 anos) com aneurismas > 7 cm quando o risco de transmissão de COVID-19 é baixo. 

Naqueles casos nos quais se planeja tratamento endovascular (não aberto) o adiamento pode ser de 3 meses na maioria dos cenários, e inclusive de 6 meses se o risco de transmissão de COVID-19 for maior. 

Estas recomendações respaldam o diferimento para a maioria dos pacientes mas também alertam que nem todos se ajustam a isso e é necessário individualizar as decisões. 

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Título original: COVID-19 and abdominal aortic aneurysm intervention: when to defer and when to operate.

Referência: Brenig L. Gwilym et al. European Journal of Vascular & Endovascular Surgery 2021. Journal Pre-proof. https://doi.org/10.1016/j.ejvs.2021.05.034.


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