Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista

Nos infartos com supradesnivelamento do segmento ST, a angiografia continua sendo o método mais utilizado, mas como já sabemos, apresenta certas limitações, sobretudo quando se trata de lesões intermediárias ou dissecções coronarianas.

¿Debemos comenzar a usar OCT en los IAM sin lesiones obstructivas?

A utilização de métodos de imagens – especialmente os de alta resolução como a OCT – têm sido avaliados em alguns estudos, embora nunca em trabalhos randomizados.

O EROSION III é um estudo randomizado que avalia pacientes com infarto com supradesnivelamento do segmento ST que depois do cruzamento da lesão com o guia deviam ter uma lesão não obstrutiva (≤70%) e fluxo TIMI III. Para a inclusão não esteve permitida a pré-dilatação, mas sim a tromboaspiração caso fosse importante realizar este último procedimento.

Foram analisados 226 pacientes, 112 guiados por OCT e 114 por angiografia.

Não houve diferenças entre as populações: a idade foi de 55 anos, 80% da população esteve composta por homens, com 21% de diabéticos. A tromboaspiração foi feita em 93% dos pacientes e a obstrução foi de 54%.

Na OCT observou-se 66% de ruptura de placa, 26% de erosão de placa, 4,5% de nódulos calcificados, 0,9% de fissura da íntima e 2,7% não evidenciaram obstrução nem lesão aterosclerótica.

O infarto na artéria descendente anterior foi mais frequente no grupo OCT. Na mesma linha, esta população apresentou maior tempo de procedimento.

A utilização da OCT reduziu em 15% a utilização de stents (43,8% vs. 53,8%; p = 0,024) e a presença de lesões residuais (4,6% vs. 8,7%; p < 0,001).

Em um ano de seguimento não houve diferenças em termos de morte, AVC, infarto, TLR, arritmia maligna, re-hospitalização por angina instável ou insuficiência cardíaca.

Conclusão

Nos pacientes com infarto com supradesnivelamento do ST, a reperfusão guiada por OCT comparada com a guiada por angiografia se associou a menos implante de stents durante a angioplastia coronariana primária. Esses resultados favoráveis indicam que o valor da avaliação por imagens com OCT otimiza a estratégia de reperfusão em pacientes com infarto com supradesnivelamento do ST.