Revascularização do tronco da coronária esquerda: são importantes as complicações periprocedimento?

No campo da angioplastia coronariana (ATC) e da cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), análises prévias demonstraram a relação entre complicações hospitalares e em 30 dias com uma evolução complicada e/ou mortalidade. 

Revascularización del tronco de la coronaria izquierda: ¿son importantes las complicaciones periprocedimiento?

Em termos gerais essa informação não provinha de estudos randomizados ou modernos e por isso em inúmeras ocasiões os dados eram contraditórios. 

Foi feita uma análise do estudo EXCEL, que incluiu pacientes com lesão severa do tronco da coronária esquerda e foram randomizados a ATC (935) e CRM (923). 

A presença de MAE não fatal em 30 dias para ATC e CRM, respectivamente, foi de 11,9% vs. 45,4% (OR: 0,16; 95% CI: 0,13-0,21; p < 0,0001). 

O grupo ATC evidenciou menores taxas de infarto (definido por protocolo), sangramento maior e menor, transfusões (≥ 2 U), arritmias, procedimentos cirúrgicos ou radiológicos, deterioração da função renal, infecções ou sepse e intubação prolongada em comparação com o grupo CRM. Por outro lado, a ocorrência de AVC, revascularização não planejada ou síndromes pericárdicas foram pouco frequentes. 

Esses pacientes, em comparação com os que não apresentavam MAE, tinham mais idade e mais comorbidades. 

Leia também: COAPT: resultados alentadores em acompanhamento de 5 anos.

Dentro dos 5 anos a mortalidade por todas as causas ocorreu em 117 pacientes do grupo ATC e em 87 do grupo CRM. 

Experimentar MAE foi um forte preditor de mortalidade por qualquer causa em 5 anos tanto para ATC (adjusted OR: 4,61; 95% CI: 2,71-7,82) como para CRM (adjusted OR: 3,25; 95% CI: 1,95-5,41). Essas associações estiveram presentes dentro dos primeiros 30 dias e entre 30 dias e 5 anos após o procedimento. 

O sangramento maior ou menor com necessidade de transfusões de sangue (≥ 2 U) foi um preditor de mortalidade em 5 anos em ambos os procedimentos. 

Leia também: TAVI: Acesso vascular em pacientes com doença arterial periférica, resultados em 1 ano.

O AVC, a revascularização não planejada por isquemia e a deterioração da função renal foram preditores de mortalidade somente após a CRM. 

Conclusão

No estudo EXCEL, os MAE periprocedimento não fatais se associaram consistentemente com mortalidade precoce e tardia após ATC ou CRM para a doença do tronco da coronária esquerda. 

Título original: Impact of Periprocedural Adverse Events After PCI and CABG on 5-Year Mortality. The EXCEL Trial.

Referência: Sneha S. Jain, J Am Coll Cardiol Intv 2023;16:303–313.


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