Os stents ultrafinos demonstram sua segurança e eficácia no “mundo real”

Os stents ultrafinos (60 µm) eluidores de fármaco demonstraram seu benefícios em comparação com os stents finos em termos de TLF em seguimento de 2, 3 e 5 anos em estudos randomizados, mas não tinham sido avaliados em situações do “mundo real”.

Los stents ultrafinos demuestran su seguridad y eficacia en el “mundo real”

O BIOFLOW VII é um estudo prospectivo e multicêntrico que incluiu 556 pacientes do “mundo real” com um total de 690 lesões. O stent utilizado foi o ORSIRO, um dispositivo ultrafino com polímero bioabsorvível eluidor de sirolimus. 

O desfecho primário foi definido como TLF, compreendendo a morte cardíaca, o infarto no vaso tratado e a revascularização do vaso tratado guiada por isquemia. A idade média dos pacientes foi de 65 anos, com participação de 65% de população masculina, 80% de hipertensão do total de participantes, 35% de diabete (com 13% de insuficiência renal). Outras características importantes da população são as seguintes: 35% tinha experimentado infarto prévio, 20% tinha sido submetida a angioplastia coronariana prévia, 4% a cirurgia de revascularização miocárdica e 7% apresentava doença vascular periférica. 

51,4% dos pacientes apresentavam angina instável, 37,2% angina estável e 11,3% isquemia silente. Dentre as síndromes instáveis, 24% correspondiam a NSTEMI. 

As artérias que com maior frequência foram submetidas a angioplastia com implante de stent foram a descendente anterior (DA), seguida da coronária direita (CD) e da artéria circunflexa (CX). O comprimento médio do stent foi de 20 mm e em média foram utilizados 1,3 stents por paciente. O procedimento foi bem-sucedido em 99,1% dos casos. 

Leia também: Angioplastia coronariana complexa em pacientes idosos: solução ou problema?

Após um ano de seguimento, observou-se que o desfecho primário ocorreu em 1,7% dos pacientes, sem que tenha sido registrada morte cardíaca alguma. Em 1,3% dos casos foi registrado infarto no vaso tratado, em 0,9% houve a necessidade de revascularização do vaso tratado devido a isquemia e em 0,4% observou-se trombose definitiva. 

Conclusão

Em resumo, os resultados deste estudo em um ano de seguimento com stents que incorporam polímeros bioabsorvíveis eluidores de sirolimus indicam que a evolução clínica se mantém consistente com os achados prévios em termos de segurança e efetividade dos stents ultrafinos com dita tecnologia. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Miembro del Consejo Editorial de SOLACI.org.

Título Original: Ultrathin bioresorbable polymer sirolimus‐eluting stents in US patients undergoing coronary revascularization: 1‐Year outcomes from the BIOFLOW VII trial.

Referência: David E. Kandzari, et al.


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