SOLACI PERIPHERAL | 5° Caso Clínico: Aneurisma de Aorta abdominal com colo hostil

Novo caso clínico da área SOLACI PERIPHERAL!

Nesta oportunidade, trazemos um caso sobre “Aneurisma de Aorta Abdominal com Colo Hostil”. Com este caso, encerramos um intenso ano no qual já publicamos 5 casos clínicos para aprofundar e estimular o intercâmbio entre colegas intervencionistas latino-americanos. 

Conte-nos sua opinião a respeito do caso nos comentários e responda às perguntas que se encontram no final do artigo. 


Aneurisma de Aorta Abdominal com Colo Hostil


Autores: Dr. Maximiliano Rossi, Dr. Anibal Damonte, Dr. Fernando Kozak e Dr. Leandro Lasave.

Contato: maxicrossi@hotmail.com. Twitter: @MaxicRossi.

Instituição: Instituto Cardiovascular de Rosario, Santa Fé, Argentina.


Paciente de 60 anos de idade.

Fatores de risco cardiovascular:

  • Hipertensão arterial.
  • Tabagismo.
  • Sedentarismo.
  • Sobrepeso.
  • Dislipidemia.

 Antecedentes de doença cardiovascular:

  • Cardiopatia isquêmica com deterioração moderada da fração de ejeção.
  • 2015: Infarto agudo do miocárdio ínfero-lateral dorsal com reperfusão mediante angioplastia primária da artéria coronariana direita, revascularização incompleta. 

Avaliado por meio de:

  • SPECT cardíaco repouso/esforço (19/10/2016): Fibrose inferior (área fibrótica 19%). Leve isquemia residual. Fração de ejeção: 39%.
  • Ecocardiograma Doppler (13/02/17): Fração de ejeção 40%. Acinesia inferior em todos os segmentos. Hipocinesia basal-lateral, medial-lateral. Sem valvoplastias.

Outros antecedentes:

  • Doença pulmonar obstrutiva crônica.
  • Espirometria (10/11/16): Restrição moderada a severa.

Por dor abdominal e lombar inespecífica de meses de evolução fez-se ecografia abdominal, evidenciando-se aneurisma de aorta abdominal de 54 mm de diâmetro. 

É solicitada TCMC de aorta abdominal.

Imagens de TCMC

Após avaliação conjunta com serviço de cirurgia cardiovascular e serviço de hemodinâmica o paciente é enquadrado como de alto risco cirúrgico e decide-se pela realização de exclusão endovascular. 

Procedimento

  1. Exclusão endovascular do aneurisma aortoilíaco com confecção de chaminés em ambas as artérias renais.
  2. Acesso vascular cirúrgico femoral direito e por punção femoral esquerda. 
  3. Acesso por punção de ambas as artérias braquiais para implante de stents renais. 
  4. Prótese proporcionada por financiador AFX Endologix. Utilizou-se corpo 22 mm de diâmetro proximal, 20 mm de diâmetro de ramos e 120 mm de comprimento. Cuff Vela 25 mm de diâmetro por 75 mm de comprimento e extensão ilíaca direita 20 mm de diâmetro proximal, 13 mm de diâmetro distal e 90 mm de comprimento. 
  5. Comprimento de telescope alcançado entre corpo e Cuff proximal de 25 mm e com extensão ilíaca direita de 22 mm. 
  6. Stents conferidos Advanta V12. Foram utilizados 2 stents 6,0-59 mm para cada uma das artérias renais. 
  7. Pós-dilatação em simultâneo de colo proximal e chaminés. 

Imagens do procedimento

Seguimento 3 meses e 1 ano com ausência de regurgitação e chaminés pérvias.

TCMC 3 meses de seguimento

Seguimento 2 anos.

TCMC 2 anos de seguimento

Regurgitação tipo III por desacoplamento de corpo com cuff proximal e de ramo ilíaco direito do corpo com extensão ilíaca. Ambos os desacoplamentos com escassa solução de continuidade, desalinhados e sem sobreposição entre as próteses. 

Procedimento:

  1. Reparação endovascular de regurgitação tipo III.
  2. Acesso radial direito para controle angiográfico. 
  3. Acesso percutâneo direito (mesmo do acesso cirúrgico prévio). Utilização de duas suturas percutâneas PROGLIDE. 
  4. Cuff aórtico de 28 mm de diâmetro por 95 mm de comprimento. Extensão ilíaca cônica de 20 mm proximal, 13 mm distal e 90 mm de comprimento. 
  5. Devido à falha na oclusão de acesso femoral direito percutâneo e perfuração de artéria femoral comum implanta-se um stent coberto BeGraft 9-37 mm por acesso contralateral e cross-over

Imagens do procedimento

Seguimento 3 meses. Ausência de regurgitação.

TCMC 3 meses de seguimento

Perguntas:

  1. Apesar do risco cirúrgico aumentado você acredita que a indicação inicial mais apropriada é a cirúrgica aberta?
  2. Você teria escolhido outra opção endovascular para o tratamento deste aneurisma?
  3. Você acredita que é necessário um seguimento mais estrito pós-exclusão de AAA com determinadas próteses ou técnicas?

Veja outros casos clínicos do SOLACI Peripheral.


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