Diferenças em AVC entre TAVI e cirurgia em pacientes de risco intermediário

O implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) é cada vez mais frequente em populações de menor risco que antes tinham sido indubitavelmente consideradas para cirurgia. Pequenas diferenças na taxa de eventos neurológicos poderiam ter consequências relevantes dependendo da estratégia a escolher.

TAVI-compressorEste trabalho é uma subanálise do estudo randomizado SURTAVI (Surgical Replacement and Transcatheter Aortic Valve Implantation).

 

Pacientes com estenose aórtica severa sintomática e risco cirúrgico intermediário foram randomizados 1:1 a TAVI vs. cirurgia. A taxa de eventos neurológicos e a qualidade de vida foi analisada em 30 dias, 6 meses e 12 meses pós-procedimento (idade média 79,8 ± 6,2 anos; n = 1.660).

 

A taxa precoce (30 dias) de AVC e encefalopatia pós-procedimento foi maior com a cirurgia que com TAVI (5,4% vs. 3,3%; p = 0,031; e 7,8% vs. 1,6%; p < 0,001, respectivamente), embora a taxa de AVC tenha se equiparado em 12 meses (6,9% vs. 5,2%; p = 0,136). Apesar de dita equiparação do AVC em um ano a diferença precoce teve seu impacto já que estes pacientes apresentaram maior taxa de mortalidade em 12 meses em ambos os grupos.


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A qualidade de vida após um AVC foi pior no ramo cirúrgico em comparação a se o AVC se apresentava pós-TAVI, mas isso foi válido somente em 30 dias. Após 6 e 12 meses a qualidade de vida foi similar entre os dois grupos.

 

Conclusão

A taxa de AVC precoce foi menor com o TAVI que com a cirurgia em pacientes de risco intermediário. Em pacientes com um AVC a qualidade de vida melhora rapidamente após o TAVI. Finalmente, em um ano tudo se equipara, sendo similares as taxas de AVC e de qualidade de vida entre ambas as estratégias.

 

Título original: Neurological Complications After Transcatheter Versus Surgical Aortic Valve Replacement in Intermediate-Risk Patients.

Referência: Andras P. Durko et al. J Am Coll Cardiol 2018;72:2109–19.


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