O acesso radial é o preferido sempre, inclusive para tratar o tronco da coronária esquerda.

A possível necessidade de um cateter-guia 7 Fr, vários cateteres coronarianos, kissing balloon e o indispensável controle com IVUS foi a desculpa durante muito tempo para que alguns Cardiologistas Intervencionistas se resistissem ao acesso radial e de alguma maneira a angioplastia no tronco da coronária esquerda foi o último bastião do acesso femoral.

acceso_radialIsso já não condiz com a prática contemporânea, já que a artéria radial se tornou o acesso predominante para a angioplastia no tronco da coronária esquerda não protegido e isso se associa a menor permanência no hospital, menos complicações vasculares e menos sangramentos maiores relacionados ao acesso femoral.

 

Utilizando a base de dados da British Cardiovascular Intervention Society avaliou-se a tendência temporal, os preditores e os resultados do acesso radial vs. femoral para tratar o tronco da coronária esquerda. Em total, analisaram-se 19.482 angioplastias de tronco realizadas entre 2007 e 2014 utilizando regressão logística para identificar os preditores da escolha do acesso e os resultados.


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A frequência do acesso femoral caiu de 77,7% em 2007 para 31,7% em 2014 (p < 0,001 para a tendência). Nos últimos anos analisados, observou-se uma forte associação entre o uso de acesso femoral e doença renal crônica, tratamento de reestenoses, oclusão total associada e o sexo feminino.

 

O uso de ultrassom intravascular e anticoagulação crônica se associaram mais fortemente ao uso do acesso radial. A complexidade anatômica tratada por este acesso foi crescendo permanentemente à medida que os anos foram passando.

 

A estadia hospitalar (2,6 ± 9,2 vs. 3,6 ± 9,0; p < 0,001) ou inclusive a alta no mesmo dia do procedimento foram significativamente mais frequentes com o acesso radial (43,0% vs. 26,6%; p < 0,001).


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Após realizar múltiplos ajustes com o propensity score, o acesso radial se associou a reduções significativas dos eventos intra-hospitalares, incluindo complicações relacionadas ao acesso, sangramento maior e eventos cardiovasculares adversos maiores, sem, no entanto, diminuir a mortalidade.  

 

Título original: Access Site and Outcomes for Unprotected Left Main Stem Percutaneous Coronary Intervention. An Analysis of the British Cardiovascular Intervention Society Database.


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