ACC 2019 | TAVI em bicúspides é seguro e factível em pacientes selecionados do mundo real

Os especialistas não entram em acordo sobre o fato de ser necessário ou não um estudo randomizado que encerre a discussão, mas parece claro que o TAVI é uma opção somente para determinadas anatomias quando nos referimos à última geração da válvula expansível por balão.

ACC 2019 | TAVI en bicúspides es seguro y factible en pacientes seleccionados del mundo realDe acordo com este novo registro, o TAVI em uma população do mundo real com valvas bicúspides está associado a resultados similares após 30 dias e após um ano em comparação com uma coorte com valvas de anatomia normal.

 

De qualquer forma, os pacientes com anatomia bicúspide têm um maior risco de ruptura da raiz, conversão a cirurgia convencional e AVC.

 

Os dados nos dão a base para que o TAVI seja uma alternativa razoável em pacientes de risco cirúrgico intermediário ou alto, e mostram a necessidade da realização de um estudo clínico randomizado em um futuro próximo.


Leia também: ACC 2019 | Os novos guias de prevenção primária ACC/AHA com foco no estilo de vida, dieta e fatores socioeconômicos.


No registro fica demonstrado que os pacientes com anatomia bicúspide requerem mais conversão a cirurgia (0,9% vs. 0,4%; p = 0,03) e apresentam mais ruptura do anel (0,3% vs. 0; p = 0,02). Numericamente, mas sem alcançar a significância, houve a necessidade de uma segunda válvula nos bicúspides.

 

Após 30 dias não se observaram diferenças em termos de mortalidade por qualquer causa, sangramento que comprometesse a vida, complicações vasculares ou reintervenções entre os dois grupos. A diferença ficou patente na maior taxa de AVC da coorte bicúspide (2,4% vs. 1,6%; p = 0,02) e na necessidade de marca-passo (9,1% vs. 7,5%; p = 0,03). A maioria dos AVC foram periprocedimento.

 

Após um ano, as diferenças desapareceram tanto em termos de mortalidade quanto em termos AVC, e também quando observamos a combinação dos dois eventos.


Leia também: ACC 2019 | PARTNER 3: TAVI em baixo risco com menos eventos que a cirurgia em seguimento de um ano.


A taxa de regurgitação paravalvar tendeu a ser maior após a alta nos pacientes bicúspides (p = 0,08) mas foi equivalente após 30 dias e após um ano em comparação com a coorte de pacientes com anatomia tricúspide.

 

Título original: Outcomes of transcatheter aortic valve replacement with balloon-expandable Sapien 3 valve in bicuspid aortic stenosis: an analysis of the STS/ACC TVT registry.

Apresentador: Makkar RR.


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