Infartos com supradesnivelamento do segmento ST nos tempos do COVID-19

Este estudo retoma a experiência de 6 centros durante o primeiro mês da pandemia por COVID-19 em Nova York. Todos os pacientes incluídos apresentaram diagnóstico confirmado de infecção por coronavírus e, além disso, exibiram supradesnivelamento do segmento ST no eletrocardiograma. 

Foram identificados 18 pacientes com os critérios mencionados anteriormente. Acostumados como estamos aos grandes estudos randomizados, um pequeno registro que não chega nem mesmo a 20 pessoas parece pouco, mas é tudo o que temos nos tempos que correm.  

A idade média dos sujeitos estudados foi de 63 anos e em sua enorme maioria eram homens. Somente um terço do grupo apresentou dor precordial no momento do supradesnivelamento do segmento ST. 

A metade dos pacientes admitidos por sintomas do COVID-19 apresentaram supradesnivelamento do segmento ST no eletrocardiograma de entrada, ao passo que o resto o desenvolveu durante a internação. 

A metade dos pacientes (isto é, 9) terminou na sala de cateterismo, sendo que em 6 pacientes foram encontradas lesões obstrutivas e 5 deles foram submetidos a angioplastia. 


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Aproximadamente a metade cursou um infarto com supradesnivelamento do segmento ST “convencional” e a outra metade apresentou injúria miocárdica sem doença coronariana associada. 

A maior parte dos pacientes incluídos (72%) faleceu no hospital (4 dos quais apresentavam doença coronariana e 9 daqueles que apresentavam injúria miocárdica sem lesões coronarianas). 

Nesta série de pacientes afetados pelo novo coronavírus e supradesnivelamento do segmento ST houve uma alta prevalência de doença não obstrutiva e uma alta mortalidade. 


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A injúria miocárdica em pacientes com COVID-19 pode se dever à ruptura de uma placa, à tempestade de citocinas, à injúria por hipóxia, espasmo coronariano, microtrombos ou injúria direta endotelial. 

Foi observado edema intersticial nas ressonâncias de todos os pacientes do estudo. 

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Título original: ST-Segment Elevation in Patients with Covid-19 — A Case Series.

Referência: Sripal Bangalore et al. The New England Journal of Medicine, article in press.   


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