Segurança de combinar os novos anticoagulantes e a dupla antiagregação

A fibrilação atrial é a arritmia mais comum e sua associação com o antecedente de infarto agudo do miocárdio ou angioplastia coronariana é bastante frequente.

Seguridad de combinar los nuevos anticoagulantes y la doble antiagregaciónSegundo este estudo (recentemente publicado no JACC) feito em uma população do mundo real, a combinação de anticoagulantes diretos com dupla antiagregação plaquetária diminui significativamente o risco de sangramento e proporciona uma proteção similar em termos tromboembólicos em comparação com os antagonistas da vitamina K combinados com dupla antiagregação.

 

Os autores investigaram o risco de sangramento, de AVC isquêmico, infarto agudo do miocárdio e mortalidade por qualquer causa associada ao uso dos novos anticoagulantes diretos em comparação com os antagonistas da vitamina K, ambos combinados com aspirina, clopidogrel ou as duas drogas em pacientes com fibrilação atrial com o antecedente de um infarto ou uma angioplastia coronariana.


Leia também: Surpresa na fisiopatologia da isquemia crítica.


Incluíram-se no estudo 3.222 pacientes entre 2011 e 2017. Os mesmos foram seguidos por 12 meses, até que apresentassem um evento, falecessem ou o terminasse o estudo.

 

Do total, 875 (27%) receberam um inibidor da vitamina K mais um antiagregante, 595 (18%) receberam anticoagulantes diretos mais um antiagregante, 1.074 (33%) receberam um inibidor da vitamina K mais dupla antiagregação e 678 (22%) receberam um anticoagulante direto mais dupla antiagregação plaquetária.

 

Em 3 meses observou-se uma diferença significativa do risco de infarto agudo do miocárdio com anticoagulantes diretos mais antiagregação simples comparando-se com inibidores da vitamina K mais antiagregação simples (diferença absoluta de risco de 1,53) sem diferenças em sangramento, AVC isquêmico e mortalidade por qualquer causa.


Leia também: Diferenças em AVC entre TAVI e cirurgia em pacientes de risco intermediário.


Quando se comparou um inibidor da vitamina K mais dupla antiagregação vs. anticoagulantes diretos mais dupla antiagregação observou-se uma redução significativa dos sangramentos (diferença absoluta de risco de 1,96), embora a mortalidade, os AVC e os infartos tenham se mantido equivalentes entre ambas as estratégias.

 

Conclusão

Em uma população do mundo real com fibrilação atrial e indicação de antiagregação por infarto prévio ou angioplastia coronariana observou-se que os anticoagulantes diretos combinados com dupla antiagregação diminuem o risco de sangramento sem que por isso aumentasse o risco tromboembólico comparando-se com os inibidores da vitamina K combinados com dupla antiagregação.

 

Título original: Combining Oral Anticoagulants With Platelet Inhibitors in Patients With Atrial Fibrillation and Coronary Disease.

Referência: Caroline Sindet-Pedersen et al. J Am Coll Cardiol 2018;72:1790–800.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...